organizando os ingredientes

Este blog é escrito por Roberta Dutra. Nasci em Belém do Pará e passei maior parte da vida no Ceará, me mudei algumas vezes, viajei pelo mundo outras tantas e atualmente moro em Santa Catarina. Cresci em família grande, com muitos primos, primas, tios, tias e mais uns tantos agregados das mais variadas espécies. Tive uma infância plena e feliz e hoje, embora seguindo feliz, sofro muito de saudade. Registro aqui algumas impressões peculiares sobre a vida e seus desdobramentos, sobre o cotidiano e alguns tantos textos escritos para algumas pessoas em particular que exerceram e ainda exercem grande influência na minha vida, além de fazerem parte das minhas melhores lembranças, é claro! Não tenho grandes pretenções literárias, gramaticais nem sequer ortográficas, mas escrevo com muito amor, que é o que todo mundo precisa. Resumindo, mantenho o blog como meio de comunicação entre amigos e famíla distante e possíveis interessados. Entre e fique a vontade...

be my guest!

terça-feira, 4 de abril de 2023

Por toda a minha vida

 


São demais os perigos desta vida
Pra quem tem paixão principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida

E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher

Deve andar perto uma mulher que é feita
De música, luar e sentimento
E que a vida não quer de tão perfeita

Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua

Baby, hj acordei e, como de costume, coloquei no random do Spotify. A primeira música que tocou foi comme d’habitude. Lembrei de ti imediatamente. Me levantei, te procurei, mas vc não acordará, como de costume. Isso ainda me dói. Vai me doer pra sempre. Hj seria o dia de enviar minha melhor mensagem de aniversário descontraída e tu dizer que não precisava. Eu retrucaria dizendo: ‘mas como não precisa? Precisamos comemorar sempre! Pro universo saber que gostamos de viver…’

Meu bem, meu retrovisor, meu avesso. Eu, capricorniana com ascendente em áries. Vc ariana com ascendente em capricórnio. Nunca gostamos tanto das mesmas coisas para além de nossos amigos-amores. Você gostava de viajar pra lugares de grandes construções e ruinas. Eu sempre quis praia, areia e água de coco. Você sempre gostou de tecnologia e eu sempre fui mais retardatária com isto. Vc sempre early adopter e eu laggard. Vc sempre disse que eu era muito inteligente e trabalhava muito, mas fui eu que sempre te chamei de oráculo. Tu sempre foi meu google, até antes dessa droga toda existir. Tu foi minha enciclopédia Barsa até dia desses. Vc sempre foi brilhante. Bri-lhan-te! Enquanto você se engajava em política econômica para países emergentes, eu só queria que legalizassem o aborto e a maconha. Tu me criticava pq eu usava sombra de 30 cores ao mesmo tempo e no fim das contas, quem usava lantejoulas no almoço de domingo? Quem, minha senhora?

Em uma coisa convergíamos. Gostávamos de livros impressos e sempre andávamos rápido. Muito rápido. Sempre tivemos muita pressa de viver. Sempre juntamos dinheiro pra viajar. Quanto mais longe, melhor. Sempre gostamos de desbravar o mundo pra que o diferente não nos causasse estranheza a ponto de gerar preconceitos. Vc lia Nietzsche e eu Paulo Coelho. Mundos muito diferentes mas com uma interseção gigante. Vc falava de religiões e espiritualismo quando eu mal sabia rezar um pai nosso. Tu já era grande quando eu ainda nem vislumbrava o que era isso. Tu discutia as ideias de Adam Smith enquanto eu pensava nas fantasias de carnaval. Tu queria ler e dormir, eu queria sair pra dançar e atravessar madrugadas. No fim, penso que criamos um universo compartilhado de grandes experiências diferentes. Acho que foi a forma que encontramos de viver o dobro no pouco tempo que nos foi permitido.

Lembro de quando cheguei em Portugal e o câmbio disparou. Eu fiquei muito perturbada com as contas. Passava horas do dia refazendo-as pra tentar chegar no fim do mês. No pior dia, quando pensei em desistir e comecei a arrumar as malas pra voltar vc me ligou. Sempre randomicamente, pq nunca fomos pessoas de passar a mão no telefone e ligar sem avisar. Nunca gostamos de incomodar. Vc me ligou e disse: “Robertinha, fiz minhas contas aqui! Sei quanto vc ganha e sei que tá phoda. Vou pagar seu doutorado até vc se organizar! Não se preocupe! Você vai terminar isto! Lembra que não sabermos perder!” Eu desliguei o telefone e comecei a chorar. Copiosamente. Vc sabia que eu não sabia pedir e teve essa sensibilidade. Eu fiquei tão em choque que nem consegui recusar. E nem podia.

Eu ganhei bolsa! Na verdade, mais de uma. Tá tudo em ordem por aqui. Sigo lembrando de você em cada madrugada de trabalho. Em cada artigo aprovado. Em cada pesquisa apresentada. Esses dias vou pra Tailândia apresentar minhas coisas. Essa era uma viagem que queríamos muito fazer mas tu era preguiçosa. Não queria passar 24 horas em trânsito. Ontem terminei o artigo do dispositivo pra Parkinson que fiz pro painho. Ficou muito bom. Lembrei de vc. Foi você que patrocinou uma parte da pesquisa. Quando faltaram equipamentos, tu me chegou com um pacote do Ali perguntando se prestava. Prestou! Não deu tempo de vocês verem pronto, mas prestou! Funciona mesmo! E eu lembro de vocês.

Hoje o aniversário é seu, mas foi vc que me deu um presente. Acordei com uma excelente notícia no whatsapp. Um convite irrecusável que envolve uma pesquisa que você apoiaria. Lembrei de vc. Eu sempre lembro de vc! Deve ser a tua forma de continuar me incentivando daí de cima. Às vezes, quando sento pra escrever, volto pra ler uns textos teus. Sempre tem uma palavra difícil que passo a usar. Hoje o aniversário é seu, e eu queria muito te dar um abraço, cantar 30 parabéns com 30 bolos diferentes pq sim! Os aniversários sempre gostamos de comemorar muito bem comemorado! Sempre 25 anos! Sempre com muitos bolos e muita purpurina. Hoje o seu aniversário virou quarta-feira de cinzas. Um sentimento de ressaca, de saudades do que não deu tempo de viver. Vc sempre foi grande! A maior! E eu, quando crescer, também quero ser grande, como vc!

Feliz aniversário, te amo! Sua Robertinha!


quinta-feira, 8 de março de 2018

Respeito é a melhor homenagem!

E a minha singela homenagem do dia das mulheres vai pro meu pai Juka Andrade!
Por nunca ter limitado meu direito de ir e vir, por nunca ter reclamado de nenhuma roupa, por nunca ter levantado a voz nem a mão, por ter me ensinado a cair e levantar sozinha, por entender que eu nunca gostei de bonecas e ter me levado sempre pra base aérea pra brincar com peças de aviões, por nunca ter perguntado kd meu namorado, nem quando caso, nem se vou ter filhos um dia.
Por ter me dado a melhor educação que eu podia ter e mostrado que isso era tudo de melhor que ele podia me dar e por nunca ter esperado de mim o que se espera de uma filha mulher.
Por sempre ter entendido que eu nunca quis ser flor, sempre quis ser passarinho. Por nunca ter me comparado a filha de nenhum amigo. Por nunca ter me feito desistir de nada pq não era 'coisa de menina' ou não era 'apropriado pra mulher'.
Por sempre ter me ensinado que o maior valor de um ser humano é a educação, honestidade e respeito e que ninguém poderia jamais me cercear de nenhum deles.
Por nunca ter feito distinção de comportamentos entre o filho homem e a filha mulher! Por ter nos tratado como socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres!
Um brinde e um agradecimento profundo ao homem que me fez entender que eu posso ser o que eu quiser, onde quiser e quando quiser e que a decisão pertence a mim, só a mim, e mais ninguém, e que o tempo é meu!
Não ter me comparado a ninguém, nem tolido, nem restringido minhas opiniões e direitos ao longo da vida me fez construir a pessoa que eu sou e me orgulho de ser!
Obrigada por nunca ter dito o que ou quem eu deveria ser!
Te amo!

sábado, 23 de dezembro de 2017

BROTHERHOOD




Ia te escrever no seu aniversário. 30 anos. Emblemático e cabalístico. Mas estava as voltas com a finalização da minha dissertação e acabei deixando passar a data. Não despretensiosamente, mas pq eu te recebi no Natal, e lembro disso claramente até hj.

Lembro de mainha grávida, d'eu lendo, cantando e conversando com vc dentro da barriga dela. Lembro de uma vez que fui subir na cama, escorreguei e bati o rosto no barrigão... fiquei de castigo! Não podia mais chegar perto da barriga, tinha esperar vc nascer, mas tava perto.

Estávamos em Belém, minha mãe foi pro hospital... eu nem consegui dormir: ia ter o meu irmão! Dois dias passaram e ela voltou pra casa de voinha. Sem o meu irmão!

Pensei comigo: kd??? kd o meu irmão? O berço dele tá aqui! As roupas dele tão aqui! EU TÔ AQUI!!!! Onde está o meu irmão??? E ninguém me dizia... e eu me desesperava... Fiquei uns dias escondida num canto da casa, acho que ninguém notou. Alguma coisa de errado estava acontecendo.

Vc nasceu bem pequeno, com pouco peso, precisou ficar uns dias no hospital, na uti/incubadora, não sei ao certo. Mas lembro perfeitamente o dia que vc chegou! Era Natal, vc era tão pqno, tão frágil, tão leve, bem cabeludinho!

Lá estava você! Com uma roupinha de tricot azul claro com branco, sapatinho e casaquinho da mesma cor. Era tão lindo, chorava tão baixinho, nem incomodava. Eu ainda não podia chegar perto. Não tinha autorização. Você ainda estava com a imunidade baixa, não podia ter contato com muita gente. Eu não conseguia entender, só queria chegar perto do meu irmão e ninguém deixava.

Tinha que esperar minha mãe ir pro banho pra chegar perto escondido. Aí eu ficava lá, conversando com vc, cantando pra vc, penteando seus cabelinhos com as mãos. Ainda lembro da primeira vez que te peguei no colo. Acho q vc era do tamanho de um ratinho. Foi a coisa mais incrível. Eu disse que te amava e vc sorriu, como se entendesse. Mas aí mainha chegou, me viu com vc no colo, quase morreu de susto e me deixou de castigo de novo. Eu não podia chegar perto de vc. Foi horrível. Mas eu continuava alí. Me deixavam ficar na porta, longe do berço. E alí eu permanecia o dia todo, te contando minhas histórias, fazendo planos pra quando você crescesse. Imaginando do que iríamos brincar, quais brinquedos iríamos dividir, quando iríamos pro colégio juntos...

Acho que muitos deles se realizaram. Vc cresceu, pude te segurar no colo, fomos pro colégio juntos, eu segurei sua mão sempre que pude, briguei por vc, te defendi. Torci por vc em todos os campeonatos de judô e vc sempre esteve lá nos meus campeonatos de natação. Te levei pras aulas de inglês e vc me buscou nas aulas de espanhol. Te dei aulas de história e vc me deu de física. Estivemos juntos sempre que foi possível.

Eu te levei de mãos dadas pro colégio e te deixei na sala pq vc tinha medo. Muitos anos depois era vc que me buscava no colégio preu não voltar de noite sozinha e a pé. Sempre conversamos muito. Sempre fomos muito parceiros em tudo. Ainda lembro uando começamos a dar aula de reforço pros colegas de turma pra ter algum dinheiro. Lembro dos nossos bonecos do comandos em ação, dos álbuns de figurinhas, dos thunder cats. Sempre dividimos tudo, o quarto, os brinquedos, os relógios, a mesada, os perfumes, o carro, a vida. Até hoje uso perfumes e relógios masculinos... força do hábito.

Quado a situação financeira apertou, vc foi estudar em colégio público pra que eu pudesse fazer faculdade. Quando a gira girou, foi minha vez de ir pra SC pra que vc pudesse ir pra Belém fazer sua faculdade. Deu tudo certo! Deu tudo sempre certo! A vida sempre nos une de alguma forma e nos separa de outra. Lembro de vc na minha primeira comunhão e eu na sua. Lembro de vc me entregando o diploma de ensino fundamental e médio. Lembro de entregar p vc seu diploma de ABC. Esses dias defendi minha dissertação. Tirei dez! E só tinha um único abraço que queria: o seu! Não foi possível. Ossos do oficio. Te dediquei mentalmente, como eu sempre faço em todas as minhas conquistas.

Já moramos em estados diferentes pra que pudéssemos nos reencontrar em situação mais próspera. Passamos inúmeras datas importantes separados pela distância, pelo trabalho. Hoje deu certo! Mais um daqueles dias que dão certo! Depois de tantos Natais separados, vc voltou pra ser o meu presente! Desembarcou na mesma data que, há 30 anos atrás, eu te via pela 1a vez. E a emoção é sempre a mesma! Sempre intensa! Sempre me faz chorar de alegria!

Eu sempre vou olhar pra vc e lembrar daquele sorriso banguela que se abriu ao escutar minha voz. Acho que naquele dia, de alguma forma, vc conseguiu entender que eu estaria sempre alí, sempre a postos pra te proteger, pra te ajudar, pra te escutar e pra puxar a orelha quando necessário. Dizem que os bebês ainda sabem sua missão e reconhecem as vozes de seus pares. Deve ter sido isso! Sempre nos reconhecemos! Sempre nos amamos!

Nosso amor nunca adoeceu, nunca se transformou em possessividade, sempre foi livre de cobranças, condições e extremismos. Um amor livre de restrições de chegar e de partir. Um amor com todos os tempos reunidos, da infância, da vida adulta, das comemorações, das dificuldades. Leve, onde o tempo não manda e a distância não esfria. Jamais perdemos nossa conexão. Falamos, falhamos e nos perdoamos. Dividimos nossos fracassos e entendemos nossas perdas. Nos demos as mãos e levantamos! Somos bons em levantar! Comemoramos nosso sucesso longe de qualquer inveja e olho gordo. Nos completamos! Nossas conversas são sempre as melhores, as mais divertidas nas horas difíceis.

Que Deus conserve nosso amor puro, nossa amizade.
Celebremos!

Por fim, te dedico Tom Jobim, nada menos que Tom Jobim!
FELIZ 30 ANOS!
Que eu possa ver seus filhos nascerem e niná-los como fiz com vc! Que eu possa continuar estando sempre lá! Sempre torcendo, sempre te carregando nas minhas melhores recordações!

"Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você"


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Every breath u take

14/12

Aquele que é igual a mim, de alma igual a minha, que é o melhor do meu orgulho e da minha fé, que é alto pra me fazer erguer os olhos e moço pra minha mocidade. Aquele que vejo sempre partir, bom e meigo para que eu viva a ilusão bendita de vê-lo voltar. Forte e belo pra me obrigar a encarar sorrindo as coisas vis e feias deste mundo.

Aquele que é parte de mim mesma que se realiza. Aquele que das mesmas entranhas foi nascido e que ao calor do mesmo amplexo foi gerado. Aquele que trás no rosto as linhas do meu rosto, o meu amigo, o meu irmão.

Aquele que trago tatuado em mim, na minha pele e nos meus bons pensamentos, como um quadro todo negro. Aquele que me inspira e me faz ser uma pessoa melhor, que é a razão do meu sorriso e do brilho dos meus olhos. Aquele de quem tanto me orgulho. Os dois olhos negros que me fazem cruzar a divisa.

Mon pettit, que você siga sendo essa pessoa iluminada, meu sol, meu leãozinho. E que você siga desentristecendo o meu coração tão só. Te amo tanto tanto!

Pra você, tudo! Feliz aniversário da sua fã nº zero1!!! 

"cuz every move you make, every vow you break, every smile you fake, every claim you stake, I'll be watching you!!!"

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Linger

mais um texto escrito p Nath :)

E ela fez mais um aniversário. E eu, desta vez, felizmente pude estar presente. E nesse momento, nada me alegra mais que isso.

Sim, alguns anos se passaram e mesmo com a distância, mesmo com o retorno, e mesmo com todos os mesmos, tudo continua igual. Seguimos rindo horrores relembrando o passado. Seguimos nos olhando com cumplicidade. Nos seguimos na mesma proporção.

Olho pra tras e pra frente e me sinto tão bem. Tudo em mim ri dos episódeos do melhor ano da minha vida e minha alma se alegra ainda mais pela absoluta certeza de que foi só um começo sem moderação alguma... risos

Sabe aquela sensação de que se você pudesse voltar no tempo faria tudo igual? Os mesmos sorrisos, a mesma alegria, os mesmos jantares, as mesmas tequilas, os mesmos choros e o mesmíssimo tudo. Just to let it linger...

Sabe, nesse tempo que estivemos afastadas por um Brasil, nunca cheguei a me sentir só. E acho que esse é o dia de te agradecer por tudo. Pelas ligações, pelos abraços, pelos risos sem fim, pela visita inesperada em SC que tornou meu dia das mães sem mãe por perto tão melhor. Pelos eternos conselhos prolixos (rsrsrsrs), pelo bom senso, pela parceria e pelo apoio. Por todas as conversas jogadas fora e por todos os papos cabeças.

Não sei se te contei isso, mas há alguns anos aprendi uma prece irlandesa que venho repetindo noite após noite em intenção dos meus. Como diria Clarice: "Já chamei tantas pessoas próximas de 'amigo' e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais pra mim"



"May the road rise up to meet you
may the wind be always at your back
may the sun shine warm upon your face
and the rain fall soft upon your fields.
And until we meet again,
may God hold you in the palm of his hands."


E é isso. Que fique aqui registrada minha gratidão. E que seja pública. Porque as minhas preces noturnas seguirão sendo também em sua intenção. E acho ainda que nem preciso de chamar de amiga, não preciso te chamar de nada, pq vc sempre vai ser especial pra mim.

Mais uma vez, feliz aniversário. E que nos seja permitido comemorar juntas ano após ano. E que vc continue iluminando minha vida!

If you, if you could return, don't let it burn, don't let it fade.
'coz i will always chose to let it linger...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

divagando devagar


Sabe quando você começa a escrever uma história, sem pretensão nenhuma? Vai escrevendo aos poucos, devagar... De repente você termina. 
Depois de alguns anos, você lê e re-lê, várias vezes, e percebe que algo está faltando. Você tenta escrever, mas não consegue mais. É quando percebe que sua única opção é dar boas gargalhadas com o que foi escrito.
Eis que surge a dúvida: devo tentar o último capítulo? Não... mesmo porque você sabe que ele nunca existirá, e essa história não terá fim.
Daí lhe rola uma lágrima...
Então você enxuga, pega um pedaço de papel e um lápis, e começa a rabiscar uma nova história...
Afinal de contas nenhum aquário é maior que o mar... keep walking and cheers!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Conexão zero47

Texto escrito pra Fá Manzano e pra toda minha família do Sul

Creio que todos que já conviveram minimamente comigo sabem o quanto acalento, desde sempre, uma vontade enorme de dominar o mundo. Sempre me busquei em largos sorrisos de todas as espécies, em todos os idiomas, em todos os lugares onde pisei, nos abraços que já dei e ganhei e, principalmente, no rosto dos meus amigos. Incessantemente busco mudanças... mudanças de vida, de sentimentos, de endereço e de todo o resto, talvez assim, um dia encontre o que é meu de fato e de direito.

Muito dos meus amigos de Fortaleza jamais entenderão a minha vontade de me jogar no mundo, outros tantos talvez ainda considerem minha atitude uma absurda falta de apego. Os outros amigos do resto do mundo, que comigo conviveram um pouco menos, quiçá pensei que os esqueci uma vez que não sou de passar a mão no telefone diariamente só pra dar um oi e nem tampouco de ficar fazendo declarações. Isso não faz parte de mim. Infelizmente, essas atitudes ainda não me pertencem.

O fato é que, não importa onde eu esteja, sempre os carrego e carregarei em pensamentos. Sempre me pegarei rindo a toa de alguma boa lembrança. E, entre uma aventura e outra, estarei recarregando as baterias em Fortaleza, porque é aqui que estão minhas origens, minhas raízes, meus laços mais profundos. É aqui a minha terra, onde gosto de pisar descalça, de me banhar no mar quentinho e é aqui que me olho no espelho e me reconheço. Aqui é o lugar onde eu enxergo uma enorme quantidade de iguais. Iguais no sotaque, no sorriso, no cheiro, na boa vontade, na boa fé e na cor.

A inconstância me atrai e me surpreende. O convite a abrir horizontes me fascina e talvez nunca consiga fugir ao chamado da mudança. Não é falta de apego, de vontade de manter ou falta de amor. É apenas a ciência de que jamais conseguiria criar um passarinho na gaiola... não cantaria mais como outrora, não mais seria tão feliz. É a clara visão da hora da retirada. É a resiliência de saber que um dia as borboletas voam e que pelo mesmo motivo não consigo ficar parada por muito tempo. Sempre voltarei aos lugares que me fizeram bem, e se volto, é porque foi feito de amor. Cor dos olhos, da pele e do coração.

Há pouco mais de 2 anos, estava batendo em retirada, novamente ao desconhecido. Não posso dizer que Santa Catarina estava nos planos ou que era sonho antigo, nunca o foi. Mas se a proposta é tentadora, porque não¿ O medo sempre existiu. Medo de morrer na praia depois de beber o mar, medo de não saber se dura, medo de não alcançar...

Porem o que poucos sabem, é que essa aventura não teria sido possível sem uma pessoa, pelo menos não da mesma forma, essa pessoa é a Fabíola Manzano. Fá, sem você, nada disso teria sido tão lindo, eu não estaria aqui escrevendo pra te agradecer, o que na verdade não há no mundo como agradecer ou retribuir a altura. Você abriu suas portas, como ninguém nunca fez antes na vida por mim, e mais importante ainda, abriu com um sorriso no rosto que agora me veio à mente e provocou outro sorriso, só que dessa vez no meu rosto. Você me abriu sua vida e seus amigos, que vieram a se tornar minha família do sul.

Se em alguns momentos me faltou família, me sobrou você!!! Primeiro você foi minha parceira de verão, depois minha coelhinha da páscoa, mamãe Noel e diversas outras coisas em tantas datas comemorativas que passamos juntas. Queria desde já começar a te agradecer e o seguirei fazendo até o fim dos tempos, mas acho que nunca irei conseguir e muito menos com simples palavras como estas, mas jamais desistirei de tentar. Você foi peça fundamental no meu quebra-cabeças (e quebra-contas bancárias hahahahahaha) catarina. Por cada gesto, cada bom dia e boa noite, por cada ida ao Angeloni, pelos porres no Kwaroupe, por cada coxinha do posto no meio da madruga, por cada tarde na praia Brava, por cada almoço na Rose, por cada morro que subimos, por cada funk que dançamos e por cada gargalhada antes de deitar a cabeça no travesseiro. Por ter me dado mais irmãs (Ariele e Chay), por ter me dado uma mãe e um pai (Rose e Neri) e irmãnzinhas menores, por tanta gente bacana que você fez entrar na minha vida, pelos fds na Guarda do Embaú e pelo pôr-do-sol no Leblon em uma das viagens mais inesquecíveis da minha vida eu te digo: MUITO OBRIGADO!!!

Tenho muito o que agradecer, e desde que voltei pra casa venho agradecendo em silêncio, praquele que está vendo tudo,  está te tornando uma pessoa cada vez mais admirável, se antes você era uma, hoje você é muito mais...

Te amo!

Existem pessoas que entram na sua vida e só fazem o bem, só te trazem lembranças boas, essas pessoas certamente são anjos da guarda que um dia voltaremos a encontrar porque tudo foi feito de amor. Saudades imensas do time todo: Fá, Ari, Chy, Rose, Neri, menininhas, Lolys, Angelito, Guilherme, Wolf, Gê todos os demais...

E que venham as novas aventuras, os próximos capítulos, as novas conexões... I´m ready again!