organizando os ingredientes

Este blog é escrito por Roberta Dutra. Nasci em Belém do Pará e passei maior parte da vida no Ceará, me mudei algumas vezes, viajei pelo mundo outras tantas e atualmente moro em Santa Catarina. Cresci em família grande, com muitos primos, primas, tios, tias e mais uns tantos agregados das mais variadas espécies. Tive uma infância plena e feliz e hoje, embora seguindo feliz, sofro muito de saudade. Registro aqui algumas impressões peculiares sobre a vida e seus desdobramentos, sobre o cotidiano e alguns tantos textos escritos para algumas pessoas em particular que exerceram e ainda exercem grande influência na minha vida, além de fazerem parte das minhas melhores lembranças, é claro! Não tenho grandes pretenções literárias, gramaticais nem sequer ortográficas, mas escrevo com muito amor, que é o que todo mundo precisa. Resumindo, mantenho o blog como meio de comunicação entre amigos e famíla distante e possíveis interessados. Entre e fique a vontade...

be my guest!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Finding myself...

Esses dias estava conversando com amigos e um deles me disse (na verdade afirmou com tamanha altivez e truismo que sequer ousei discordar): "Voce tem a vida que pediu a Deus"!


Tenho? Serio? Me conta! Como eh isso?


Claro que tem! Voce tem um bom emprego, mora numa boa cidade, se vira sozinha, se veste bem, frequenta bons lugares, viaja nas ferias...


Nossa, que bacana! respondi com aquele sorriso amarelo que queria mesmo era perguntar se eu estava sendo alvo de alguma fiscalizacao... whadahell? xo inveja! sai pra la urucubaca! cre-do!


Enfim, e a conversa acabou mais rapido que a minha vontade de relembrar meu amigo Alberto Wagner - vulgo Wagner Love - que tantas vezes me fez rir dizendo com estrita veemencia: "eu faco e aconteco, eu sou o pipoco do trovao"... (risos mentais achando que me incluo nesse seleto grupo de "bem sucedidos", pena que isso talvez seja uma grandissima piada e um tanto quanto perigosa).


Ainda no rol das citacoes, e eu adoro frases de efeito, poderia citar Cazuza com a frase mais certa do mundo todo: "Existe o certo, o errado e todo o resto".


Nem ousarei discutir uma questao filosifica, exstecial e tao cabeluda como esta, mas o fato eh que sempre fui uma excelente aluna (nao que sempre tenha realmente absorvido todo o conteudo escolar), nunca tive problemas de aprendizagem (soh comportamentais, e varios... e tantas vezes), sempre fiz curso de ferias quando todos iam a praia, durante toda minha vida me engajei em projetos sociais e o sigo fazendo, vez por outra ganhava medalhas esportivas, sempre matei meu pai de orgulho e principalmente, sempre lavei minhas calçinhas embaixo do chuveiro. Seria justo ver algum resultado depois de tanto esforco! nao seria?


Cresci, evolui no trabalho por merito meu, conquistei uma credibilidade ilibata, tenho um cargo de confianca, moro do outro lado do Brasil e bem longe da minha familia, vivo sozinha e pago minhas contas. Bravo????? =S


Mas e o resto? E tudo aquilo que mal posso verbalizar de tao intenso? O tempo passou, minhas responsabilidades aumentaram e isso tudo acabou ajustando minhas retinas e dando proporcao as minhas ilusoes.


Eu cresci, o mundo a minha volta mudou e virou uma aldeia. Continuo agindo certo sem saber onde o certo me levara e constato que nada nesse mundo eh mais falso que a minha lucidez. Quais as garantias? Lucida, eu? Como? Se acordo de manha desejando fazer as malas, colocar no carro e me jogar na estrada fugindo de mim mesma. E me pego ao meio dia almocando frango grelhado com legumes e salada e suco de soja?


Por tras desse auto controle aparente existe um desespero infernal. Existe o certo, o errado e uma montanha de outros sentimentos, uma solidao gigantesca, desassossego, muita confusao, saudade cortante e estarrecedora que chega a me tomar o ar, necessidade de afeto e certamente urgencias sexuais que nem de longe se adaptam as 'regras claras do bom comportamento'.


Todo o resto me assombra, os beijos nao dados, as decisoes proteladas, os 'eu te amo' deixados pra outro dia... quem sabe? Mas o que me enlouquece mesmo, alem dos mandamentos que nao obedeci, sao os que obedeci bem demais. Alguem me explique porque cargas dágua eu sempre fui tao boazinha?

Isso me da medo, me atrai, me sufoca e me entorpece. Essa minha fome por novas ideias, sede de novas experiencias, erros, desilusoes, sao todas cicatrizes de estimacao. Essa minha porra-louquice misturada com demasiada sensatez e o silencio inquisitor das paredes da minha sala me da uma ausencia total de certezas. A maturidade eh definitivamente um alibi fragil e 'todo o resto' eh tudo aquilo que ninguem aplaude enem vaia porque simplesmente ninguem ve. E sigo distribuindo: bom dia, boa tarde, com licenca, por favor e obrigados... demonstrando minha total sanidade.


Tenho duvidas impublicaveis, alterno o sim e o nao intimamente e ainda me visto com sobriedade, encaro o trabalho com ares de moca seria e ajuizada, respondo meus emails e tento nao cometer infracoes de transito.


Enquanto isso acontece minha mente gira como um ventilador e meus sentimentos sao disparados a esmo. Que parte de mim eh sã e que parte eh louca? Parte de mim pensa e fala besteiras, a outra escreve... Como estarei raciocinando em alguns meses? Em linha reta como de costume ou por vias tortas?


O que eu quero aprender definitivamente nao passa nem perto de um quadro negro, embora siga me entupindo de MBAs e cursos de linguas. Quero mesmo eh aprender a fazer e manter amizades, demonstrar emocoes sem me fragilizar (e particularmente acho isso o mais dificil), enfrentar agressoes sem cair em prantos, manter minha altivez sem titubear e explicar minhas ideias sem me contradizer.


Preciso do Contardo (o Calligaris) para meu psicanalista jah!!!! Ou Caio Fernando Abreu, tradutor de min'alma. Queria que eles explicassem o que fazer com o resto de mim, com o que nao usufruo, com a parte errada do meu ser. Pensando bem acho que Kafka e sua 'afirmacao espiritual da existencia' poderiam ser mais proveitosos, afinal de contas a solidao eh invisivel. Soh eh percebida por dentro. E nao devemos confiar em ninguem com mais de 30 anos... obrigada Marcelo Nova! Muito Obrigada pela trilha sonora do dia... eu tb nao matei Joana d'arc! Juro q nao!


Me busco. E sou campea na busca de mim mesma. Queria ser Janis Joplin!!! E sigo me buscando em musicas que silenciosamente dao ritimo aos meus passos, me busco em trechos de Machado e Clarisse que me revelam ideias e verdades que se mantem embaralhadas. Me busco no olhar adimirado da minha mae, no jeito de andar e carater do meu pai, na lealdade do meu irmao e no talento que eles tem de trazer minha infancia pra perto de mim fazendo parecer que nem estou tao longe assim do que costuma ser.


Me busco na tirania da chuva que quase quebra minha janela envidraçada, no balanço das ondas, no barulho do mar, nas minhas conversas francas com meus Xuxus e a cada vez que ouço deles uma duvida que tambem eh minha, uma experiencia que eh soh deles, mas que por afinidade e imaginacao acaba tornando-se minha tambem. Me busco quando me aquieto pra escutar meus pensamentos e as vezes me desencontro. Entao escrevo... busco frases feitas na tentativa de construir uma metrica perfeita, com rima e nunca dor. Me busco no sono, nos sonhos e no meu inconsciente e vejo que o dia terminou e a busca nao acabou, e nem irá, porque esse tipo de busca nao se encerra.


Será que o google me ajuda? Ideia brilhante! Google me! Ha sempre um jeito, uma ferramenta eficiente a mao. Busque-se!

terça-feira, 15 de março de 2011

As mulheres querem dar!!!




o texto não é de minha autoria, foi retirado tal e qual do blog: http://corramary.com/as-mulheres-querem-dar/
me recuso a adicionar o que quer que seja ao texto pq a autora capitou toda a simplicidade da situação e conseguiu expressar perfeitamente a dinâmica do assunto. 
a-do-rei!!! Parabéns Marina!!!

"Pensei por muito tempo no título perfeito. Pensei em “trepar”, “transar”, “fazer amor” e finalmente em “dar”, porque no final das contas é exatamente isso o que as mulheres querem. Elas não querem trepar, não querem transar, não querem fazer amor (até porque “fazer amor” é coisa de pagodeiro), o que elas querem é dar.

Quando você dá, você está dando a alguém o que você tem de mais valioso: você mesma. É um presente, algo que a pessoa conquistou por merecimento, e que agora é dela e ela pode fazer o que quiser, porque já não te pertence mais. O que as mulheres querem, é justamente isso: Elas não querem mais pertencer a elas mesmas. Elas querem se doar.

Transar é muito bom, trepar é muito bom, gozar por si só é muito bom, mas bom mesmo é dar.

Dar não é só corpo. Dar é cabeça, dar é coração. Se uma mulher te dá, saiba que você foi o escolhido entre as milhares de opções que ela tinha. E acredite, ela realmente tinha milhares de opções.


Talvez você seja merecedor, talvez você não passe de um merda, e no final das contas isso pouca importa. Por alguma razão ela o escolheu, e então, meu caro, cabe a você, e só você, não desperdiçar tal presente.
Você pode encontrar uma multidão de mulheres querendo sexo. Mas dar, não.

Dar é a foda perfeita. Dar são os gemidos genuínos. Dar é o sexo com toda a vontade do mundo. Dar é acordar no dia seguinte e ainda querer aquela pessoa. Dar é querer agradar. Dar é aceitar ser agradada. Dar é se preocupar com o outro. Dar é bom pra caralho.

Depois que uma mulher finalmente descobre o que é dar, ela não se preocupa em esperar para dar novamente. Pode demorar meses, anos para que ela vá pra cama de novo com alguém. O que é sexo depois que se descobre a delícia de dar? As vontades são as mesmas, a necessidade de gozar é a mesma, o tesão é o mesmo, mas não é só isso que elas querem. Elas querem algo muito maior. Elas querem algo que talvez um homem nunca vá compreender. Elas querem se doar. Elas querem se entregar. Elas querem dar!"