organizando os ingredientes

Este blog é escrito por Roberta Dutra. Nasci em Belém do Pará e passei maior parte da vida no Ceará, me mudei algumas vezes, viajei pelo mundo outras tantas e atualmente moro em Santa Catarina. Cresci em família grande, com muitos primos, primas, tios, tias e mais uns tantos agregados das mais variadas espécies. Tive uma infância plena e feliz e hoje, embora seguindo feliz, sofro muito de saudade. Registro aqui algumas impressões peculiares sobre a vida e seus desdobramentos, sobre o cotidiano e alguns tantos textos escritos para algumas pessoas em particular que exerceram e ainda exercem grande influência na minha vida, além de fazerem parte das minhas melhores lembranças, é claro! Não tenho grandes pretenções literárias, gramaticais nem sequer ortográficas, mas escrevo com muito amor, que é o que todo mundo precisa. Resumindo, mantenho o blog como meio de comunicação entre amigos e famíla distante e possíveis interessados. Entre e fique a vontade...

be my guest!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Meio barro, meio tijolo





Sabe aqueles dias que voce ta meio la, meio ca, meio sem muito afim e meio com vontade de tudo ao mesmo tempo, uma agonia de dar dó? Pois eh, estava assim esses dias: meio barro, meio tijolo, sem saber o que queria e sem saber se tinha feito mesmo a coisa certa… muito embora eu sempre tenha la minhas ressalvas sobre “coisas certas”…


Nao era fome, nao era sono e nem tao pouco falta de tempo ou depressao, era soh vontade de me desligar um pouco do mundo. Afinal de contas, como diria CFA: “Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que soh sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem muito sentido e sem passados”.


Pra variar, liguei pra Xuxu, porque se ela nao me entendesse, nem eu teria capacidade o bastante para fe-lo, e ainda assim me bastaria soh ouvir sua voz, uma vez que nao ter a compreensao nao teria a menor importancia nesse momento, ja estou acostumada a imcompreensao alheia mesmo. Conversa vai, conversa vem, muitas risadas das minhas mareadas e tocos sem fim, enrroladas e afins… enfim, (ficou meio cacofonico, mas to bem sem paciencia e imaginacao pra ficar refazendo texto!) pretendia mesmo era descobrir no ultimo momento se o tempo refaz o que desfez e chegamos a conclusão de que: “o problema de começar uma relação agindo como homem é que sempre termino agindo como uma mulher. Não se pode enganar a natureza”.


De fato, isso faz todo o sentido pq embora nao me permita entristecer por nada, e nem ninguem, assumi meu destino de mulher totalmente independente porem profundamente incompreendida e tenho me carregado um tanto perdida e pesada por esses dias afora. Talvez precise mesmo eh de bracos fortes, maos quentes e de colo pra me deitar. Alguem que chegue perto de mim, me olhe, me toque, me fale alguma coisa ou nao, mas que chegue perto de mim. Afinal de contas, como diria Tati Bernardi: “Amores superficiais a gente ama em cima do edredon. Lençol eh coisa séria!”


Sera que as pessoas mudam de comportamento quando se sentem seguras do afeto alheio? Arhhggg, ando com minha cabeça ja pelas tabelas e alem de pensamentos, queria outros ruidos na mente, mais profanos e menos confusos! Ha dias em que o silencio eh realmente a melhor maneira de tornar tudo menos distante…

Como diria Osho: confusao eh um estado de mudanca. Tomara que seja mudanca p melhor... pq o ano do coelho era pra estar sendo muito melhor que o do javali! affffffffff


A realidade mesmo eh que ninguem aguenta mais (pelo menos, eu nao!) homem falando que esta trabalhando demais, que nao sabe se relacionar, que fica inseguro com um mulher incrivel, ou que a culpa eh do timing… parem com isso!!!! Nao aguentamos mais os clichés: o problema nao eh vc sou eu, vc eh a pessoa certa no momento errado, seu horoscopo nao combina com o meu ou tento nunca magoar ninguem mais acabo magoando. Siiiiiiiiiiim, eu sei que sou uma pessoa incrivel e que nao mereço ser tratada com descaso. Agora, por favor, me conte uma novidade!!!!


Entendo perfeitamente (mudei o texto p 1a pessoa, sorry, estou exaltada… exaltacao reprimida ha dias mais a TPM…) que nao da pra dizer: Poxa gatinha, enjoei! Realmente se ouvisse isso com essas palavras, embora o resultado final seja o mesmo, me absteria completamente dos finais de festa e das trepadas esporadicas. Tudo bem que nao da pra ser tao direto assim, mas as pessoas realmente podiam ser um pouco mais criativas. E lanço uma nova campanha: troquemos os velhos eufemismos e metaforas!!! Vamos nos manter educados abrindo maos das frases feitas de sempre (e de extreme mal gusto, diga-se de passagem!), e sendo assim proponho algumas desculpas esfarrapadas que vao ser a sensacao do verao 2012:


• Eu curto gordas, vc eh sarada demais pra mim! (perola de tati bernardi)


• Sou platonico, curto tea mar de longe. (e nesse caso, quanto mais longe melhor)


• Sou uma pessoa muito doente e meu medico me receitou um prato de comida mais colorido: loiras, ruivas, negras, pardas…


Pra tentar amenizar a agonia, obviamente acendi aquela vela de 7 dias pro anjo da guarda (estava realmente em falta com ele nos ultimos tempos…) e num ultimo suspiro de fe, rezei fervorosamente e pedi pra que ele trouxesse pra perto alguma parte de mim, algum dos meus amores-almas-gemeas que moram longe. E se foi providencia divina eu não sei nem duvido, só sei que meu Xuxu vem na proxima semana e ha grandes possibilidades da Nath chegar tambem! Dizer que estou chocando um ovo de tanta felicidade seria absolutamente redundante… Estou tanto que nem caibo em mim, soh rindo pro tempo e pro vento e contando os segundos pra semana que vem!!!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Do jeito que o coração manda






Quanto tempo eu já perdi na vida? Se somar os minutos jogados fora, as horas perdidas no trânsito, os momentos de duvidas e ponderações em demasia, as decisões proteladas, a demora pra entender certas coisas e principalmente pra dar o braço a torcer... perdi anos inteiros!

Demorei pra deixar de ser uma criança dependente, uma adolescente teimosa, uma jovem imatura e quiça ainda seja tudo isso junto... Já demorei pra dizer que amava, pra reconhecer o fim de uma relação e costumo demorar ainda mais pra abrir a guarda para um novo amor. Já demorei até pra perdoar um amigo...

Até que um dia a gente faz 27, quase 30 e começa a pensar que talvez seja a metade do caminho e vê que o tempo não pode ser desperdiçado!

Não gosto de muita frescura, nem de muito discurso e nem mesmo de muito desgaste. Tudo o que eu mais quero é ir direto ao ponto, não dar voltas e voltas, ficar cozinhando em fogo brando e não desperdiçar mais nada! Quero queimar etapas!

Se alguém é bruto? Não convivo!
Se a resposta ainda não veio? Procuro!
Se ele está me enrrolando ou enrrolado? Queimo a largada e chego primeiro!

Não me sinto a vontade onde o sol tem dificuldade de entrar. prefiro praia, terrenos descampados, horizontes. Não tenho nada a ver com o que é dos outros. Não me envolvo com o que não me envolve. Se é sério eu me dôo, se acho que vale a pena me jogo e se acho bobagem me abstenho.

Também não tenho muito a ver com igrejas, rezas e penitências. Apenas tenho fé, me aceito impura, me gosto com pecados e há muitos me perdoei.

Paciência só pro que merece de verdade, pro que importa, pra ver o sol se por, pra ver a lua cheia de Ipanema. Paciência? Sim! pra sorver um cálice de vinho a dois... ou a cinco! Prum bom livro, praquela música que traduz minh'álma, pra escutar meus amigos, pra ligar pra família e prum fim de semana em Vegas! Paciência pra tudo aquilo que realmente vale a minha atenção. Pra todo o resto, atalho!

Afinal de contas, nenhuma pessoa é lugar de repouso. O silêncio? Sempre que realmente necessário. E no mais: comunicação, palavras e verbos em demasia! Porque eu sou muito e tanto, bem assim, coletico, plural e excesso!

Gosto de gargalhadas que não se constrangem, que não obedecem equações. Adoro gengivas a mostra e ombros colados. Isso sim compõe meu inventário de emoções e é nesses breves interlúdios que a vida acontece. São nesses poucos segundos que a vida aflora"com um abraço apertado, um sorriso sincero, aquele olhar que dispensa palavras e que me faz trazer de volta tudo aquilo que realmente me interessa.

E o tempo? O tempo não pára!
E o que se faz em Vegas, fica em Vegas!

... porque a gente se entende no olhar...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

chega de saudade!








Esses dias estava olhando uma lua cheia e pra variar liguei de madrugada pros meus Xuxus. Tudo bem que nao eh a melhor coisa do mundo receber uma ligacao na madrugada de domingo pra segunda, mas o sentimento era tao urgente que tive que ligar... Liguei pra contar as novidades, as lamurias, os planos, as amenidades, os ais, e pra ouvir a voz dos meus amores.

Na verdade liguei mesmo pq ja tava na 5ª taça de vinho verde, o preferido da Nath, e pq escrevi meu primeiro poema. Acho que estava deveras saudosa, olhei de novo as fotos do(s) carnaval(ais), de uns tantos churrascos, de uns tantos sambas, de algumas varias tardes de tequila e de uns tantos anos incríveis... vi as fotos da filha da Carlinha que eu nao vi nascer, da barriga da Kaka que eu tambem nao estou perto pra acompanhar nas consultas e nem na montagem do enxoval e que provavelmente tambem nao estarei por perto quando minha Leticia nascer e fiquei com o coracao apertado e tao pequeno que quase fiquei sem ar.

É, saudade de amigo é mesmo assim, é não se bastar mais, é depender de alguém pra continuar sendo. Ë depender de alguém até pra deixar de ser. Ë uma experiencia que não termina de terminar. É a sensacao de que posso me perder longe do que ja fui com eles. Ë agir solitaria no plural pq saudade é a soma daquilo que não somos quando o outro se afasta e daquilo que somos quando o outro está junto. É a certeza da minha insuficiência. E isolada tenho a sensacao de que não estou inteira! Carpinejando...

Enfim, liguei pra declamar minha poesia, mas como ainda estava incompleta, e quiça ainda esteja, preferi deixar pra depois. Ia entrega-la em mãos mas não me contive, escrevo aqui minha primeira poesia temporariamente acabada, que fiz pros meus Xuxus (Ariane e Rodrigo), pessoas sem as quais não conseguiria sequer enxergar meu reflexo no espelho. Pra Nath e Carlinha, meus eternos furacões, e pras minhas eternas-branquelas-anjos-da-guarda Beta Aline, Thethe e Kaká. E pra Jessica, antes que role o ciume! hehehe

Não escrevo por generosidade, pelo contrario, escrevo por profundo egoismo, porque nao quero que meus amigos se distanciem para que nao descubram minha desimportancia. No fundo, é o medo de que a nossa companhia não sinta saudade. Escrevo porque dependo de voces ate pra respirar e escrevo hoje porque amanha ninguem sabe, pena mesmo seria esperar em vão!

LINGER

Amo-te assim, muito e amiude
sem justificativa e com todos os motivos
pela correspondencia dos sentidos
e pela vida a pulsar dentro das minhas lembrancas

Amo-te pelos nosso horizontes inatingidos
pelos sons, pelas cores e pela tua voz
por ver-te florir mesmo onde o sol nao vai

Amo-te assim, muito e amiude
para que o tempo da paixao nao mude
pra que o sonho viva da certeja
para que possamos cantar o amor antes que o amor acabe
e para que se una o verbo a natureza

Imagem tua que compuz serena
como passou o tempo
e como mudou a poesia.
E de tanta saudade
eu me despedaco em vao contra o infinito
pra escutar o silencio onde o silencio dorme

Quantos caminhos ainda nao fizemos juntos?
como o teu rosto nao mudou...
Quantos destes caminhos ainda estao por vir?
mas nenhuma pessoa eh lugar de repouso

Eh fico soh, bem aqui,
ao sul de lugar nenhum
sentindo-me pobre e triste como Jó.
Bem assim, muito e amiude
sem metrica e sem rima
soh assim, muito e amiude...

Because i wouldn’t let it fade, because i have to let it linger...

Como diria CFA, tradutor de minh’álma: “Tenho amigos tão bonitos. Ninguém suspeita, mas sou uma pessoa muito rica”.

Contando os segundos para reve-los em sampa e no rio e em brasilia e onde mais for necessario...

CHE-GA DE SAUDADE!