Quanto tempo eu já perdi na vida? Se somar os minutos jogados fora, as horas perdidas no trânsito, os momentos de duvidas e ponderações em demasia, as decisões proteladas, a demora pra entender certas coisas e principalmente pra dar o braço a torcer... perdi anos inteiros!
Demorei pra deixar de ser uma criança dependente, uma adolescente teimosa, uma jovem imatura e quiça ainda seja tudo isso junto... Já demorei pra dizer que amava, pra reconhecer o fim de uma relação e costumo demorar ainda mais pra abrir a guarda para um novo amor. Já demorei até pra perdoar um amigo...
Até que um dia a gente faz 27, quase 30 e começa a pensar que talvez seja a metade do caminho e vê que o tempo não pode ser desperdiçado!
Não gosto de muita frescura, nem de muito discurso e nem mesmo de muito desgaste. Tudo o que eu mais quero é ir direto ao ponto, não dar voltas e voltas, ficar cozinhando em fogo brando e não desperdiçar mais nada! Quero queimar etapas!
Se alguém é bruto? Não convivo!
Se a resposta ainda não veio? Procuro!
Se ele está me enrrolando ou enrrolado? Queimo a largada e chego primeiro!
Não me sinto a vontade onde o sol tem dificuldade de entrar. prefiro praia, terrenos descampados, horizontes. Não tenho nada a ver com o que é dos outros. Não me envolvo com o que não me envolve. Se é sério eu me dôo, se acho que vale a pena me jogo e se acho bobagem me abstenho.
Também não tenho muito a ver com igrejas, rezas e penitências. Apenas tenho fé, me aceito impura, me gosto com pecados e há muitos me perdoei.
Paciência só pro que merece de verdade, pro que importa, pra ver o sol se por, pra ver a lua cheia de Ipanema. Paciência? Sim! pra sorver um cálice de vinho a dois... ou a cinco! Prum bom livro, praquela música que traduz minh'álma, pra escutar meus amigos, pra ligar pra família e prum fim de semana em Vegas! Paciência pra tudo aquilo que realmente vale a minha atenção. Pra todo o resto, atalho!
Afinal de contas, nenhuma pessoa é lugar de repouso. O silêncio? Sempre que realmente necessário. E no mais: comunicação, palavras e verbos em demasia! Porque eu sou muito e tanto, bem assim, coletico, plural e excesso!
Gosto de gargalhadas que não se constrangem, que não obedecem equações. Adoro gengivas a mostra e ombros colados. Isso sim compõe meu inventário de emoções e é nesses breves interlúdios que a vida acontece. São nesses poucos segundos que a vida aflora"com um abraço apertado, um sorriso sincero, aquele olhar que dispensa palavras e que me faz trazer de volta tudo aquilo que realmente me interessa.
E o tempo? O tempo não pára!
E o que se faz em Vegas, fica em Vegas!
... porque a gente se entende no olhar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário